Diferente do que muitas pensam, o rastreamento não é apenas “fazer mamografia” – é um processo completo que pode envolver diferentes exames, dependendo da idade e dos fatores de risco de cada mulher.

Por Que o Rastreamento é Tão Importante?

O rastreamento regular do câncer de mama oferece benefícios que vão muito além da simples detecção:

• Aumento significativo nas taxas de cura: Tumores detectados precocemente respondem melhor aos tratamentos.

• Possibilidade de tratamentos menos agressivos: Quando descoberto cedo, o câncer frequentemente pode ser tratado com cirurgias conservadoras e menos necessidade de quimioterapia.

• Preservação da qualidade de vida: Tratamentos menos intensivos resultam em menos efeitos colaterais e impacto na rotina diária.

• Redução da mortalidade: Estudos consistentes mostram que o rastreamento regular reduz significativamente as mortes por câncer de mama.

• Maior tranquilidade emocional: Saber que está cuidando preventivamente de sua saúde traz paz de espírito.

Métodos de Rastreamento: Conheça Suas Opções

O rastreamento do câncer de mama pode ser realizado por diferentes métodos, cada um com suas indicações específicas:

1 – Mamografia

A mamografia é considerada o padrão-ouro para rastreamento do câncer de mama. Este exame de imagem utiliza raios-X em baixa dosagem para visualizar o tecido mamário com grande precisão.

Quando realizar:

• A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda mamografia anual para mulheres a partir dos 40 anos.
• O Ministério da Saúde orienta mamografia a cada dois anos para mulheres entre 50 e 69 anos.

O que esperar durante o exame:

• A mamografia dura cerca de 20 minutos.
• Durante o procedimento, cada mama é comprimida entre duas placas para obter imagens em diferentes ângulos. A compressão pode causar um desconforto momentâneo, mas é essencial para obter imagens de qualidade.

2 – Ultrassonografia Mamária

A ultrassonografia utiliza ondas sonoras para criar imagens das mamas e é excelente para distinguir entre lesões sólidas e císticas.

Quando é indicada:

• É frequentemente usada como complemento à mamografia, especialmente em mulheres jovens ou com mamas densas, onde a mamografia pode ter limitações.
• Também é indicada para avaliar alterações palpáveis ou visíveis na mamografia.

3 – Ressonância Magnética das Mamas

Este exame utiliza campos magnéticos e ondas de rádio para criar imagens detalhadas do tecido mamário.

Quando é indicada:

• A ressonância é reservada principalmente para mulheres com alto risco de câncer de mama,
  • Aquelas com mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2, histórico familiar significativo e para aquelas que já tiveram câncer de mama anteriormente
• Ou em casos de dúvidas após a mamografia e a ultrassonografia.

Quem Deve Realizar o Rastreamento e Com Qual Frequência?

As recomendações de rastreamento variam de acordo com:

1. Idade da mulher: A diretriz da SBM diz que todas as mulheres a partir dos 40 anos devem fazer mamografia anualmente.
2. Histórico familiar e fatores de risco: Mulheres com histórico familiar de câncer de mama (especialmente em parentes de primeiro grau), mutações genéticas ou outros fatores de risco importantes podem precisar iniciar o rastreamento mais cedo ou realizar exames complementares.
3. Densidade mamária: Mulheres com mamas densas podem se beneficiar de exames complementares, como a ultrassonografia.

É fundamental conversar com seu médico para determinar o plano de rastreamento ideal para você, considerando seu perfil individual.

Dicas para Maximizar os Benefícios do Rastreamento

Para garantir que seu rastreamento seja o mais eficaz possível:

• Mantenha a regularidade: Realize seus exames na periodicidade recomendada pelo seu médico.

• Escolha um centro de diagnóstico de qualidade: A experiência dos profissionais e a qualidade dos equipamentos fazem diferença na precisão dos resultados.

• Leve exames anteriores: Sempre que possível, leve seus exames anteriores para comparação e avaliação da evolução, estabilidade ou involução das alterações.

• Conheça seu histórico familiar: Informe seu médico sobre casos de câncer de mama ou ovário na família.

• Pratique o autoconhecimento: Embora o autoexame não substitua os exames de imagem, conhecer suas mamas ajuda a identificar alterações suspeitas.

• Adote um estilo de vida saudável: Alimentação balanceada, exercício físico regular, controle do peso, moderação no consumo de álcool e abandono do tabagismo são fatores que podem reduzir o risco de câncer de mama.

Desmistificando Dúvidas Comuns Sobre o Rastreamento

“A mamografia é dolorosa?”

A compressão da mama durante a mamografia pode causar desconforto, mas dura poucos segundos. O desconforto temporário vale muito quando pensamos no benefício da detecção precoce.

“A mamografia emite muita radiação?”

A mamografia moderna utiliza uma quantidade mínima de radiação, considerada segura mesmo para exames anuais. O benefício da detecção precoce supera em muito o risco teórico da radiação.

“Tenho menos de 40 anos, não preciso me preocupar?”

Embora o rastreamento com mamografia seja recomendado a partir dos 40 anos para a população geral, mulheres mais jovens com fatores de risco ou sintomas devem consultar um mastologista para orientações específicas.

Conclusão: Rastreamento é um Ato de Amor Próprio

O rastreamento do câncer de mama é uma das ferramentas mais poderosas que temos para enfrentar essa doença. A detecção precoce não apenas salva vidas, mas também permite tratamentos menos agressivos e mais eficazes.

Como mastologista, vejo diariamente histórias de mulheres que, graças ao diagnóstico precoce, conseguiram superar o câncer de mama com tratamentos menos invasivos e retomar suas vidas com qualidade.

Lembre-se: cuidar da sua saúde não é opcional, é essencial. Converse com seu médico sobre o plano de rastreamento mais adequado para você e mantenha a regularidade nos exames.

Compartilhe esta informação com as mulheres que você ama. O conhecimento também salva vidas!