O autoexame das mamas é uma prática simples e importante para que a mulher conheça o próprio corpo e identifique qualquer alteração que precise ser avaliada por um médico. Embora não substitua a mamografia, ele pode ajudar a perceber mudanças suspeitas e incentivar a busca por um diagnóstico precoce.
Neste artigo, você aprenderá como e quando fazer o autoexame das mamas da maneira correta, além de entender sua importância no contexto da saúde feminina e da prevenção do câncer de mama.
Por Que o Autoexame das Mamas é Importante?
O autoexame das mamas não é um exame diagnóstico, mas permite que a mulher fique mais atenta às mudanças no seu corpo e desenvolva uma relação de autocuidado e autoconhecimento fundamentais para a saúde feminina.
- Ajuda a identificar alterações como nódulos, inchaços, secreções e mudanças na pele da mama.
- Conscientiza sobre a importância do acompanhamento médico regular.
- Pode ser o primeiro passo para detectar um problema precocemente, levando à busca por exames mais precisos, como a mamografia.
- Empodera a mulher através do conhecimento do próprio corpo.
- Cria um hábito de autocuidado que pode ser estendido a outras áreas da saúde.
Lembre-se: Apenas 10% dos cânceres de mama são descobertos pelo autoexame, pois muitos tumores iniciais não são palpáveis. Por isso, a mamografia e a consulta médica continuam sendo essenciais!
Quando Fazer o Autoexame das Mamas?
A regularidade é um fator importante para a eficácia do autoexame, pois permite que a mulher conheça o padrão normal de suas mamas e perceba alterações ao longo do tempo.
Mulheres em idade fértil (com ciclo menstrual ativo):
- O ideal é fazer o autoexame uma vez por mês, entre o 3º e o 7º dia após o início da menstruação, quando as mamas estão menos inchadas e doloridas.
- Neste período, as alterações hormonais que causam inchaço e sensibilidade nas mamas já diminuíram, facilitando a percepção de alterações reais.
Mulheres na menopausa:
- Escolha um dia fixo no mês para manter a regularidade, como todo dia 1º ou o mesmo dia em que recebe o salário, por exemplo.
- Criar uma associação com outro evento mensal pode ajudar a lembrar de realizar o exame.
Como Fazer o Autoexame das Mamas?
O autoexame pode ser feito de três maneiras complementares, que juntas oferecem uma avaliação mais completa das mamas:
1. No Espelho: Observação Visual
- Fique de frente para o espelho, com os braços relaxados ao lado do corpo.
- Observe o formato, tamanho e qualquer alteração na pele das mamas (vermelhidão, retração, ondulações ou feridas).
- Levante os braços e observe se há alguma diferença entre as mamas ou se alguma delas apresenta deformidade quando você muda de posição.
- Pressione levemente os mamilos para verificar se há saída de secreção anormal (principalmente com sangue).
- Repita a observação com as mãos na cintura, contraindo os músculos peitorais, o que pode revelar alterações que não são visíveis em repouso.
2. Durante o Banho: Palpação com a Pele Molhada
- Com a mão direita, examine a mama esquerda e vice-versa.
- Use os três dedos centrais da mão para fazer movimentos circulares, cobrindo toda a mama.
- Comece com movimentos suaves e vá aumentando a pressão para sentir camadas mais profundas.
- Não esqueça de examinar a região das axilas, onde também existe tecido mamário.
- O sabonete facilita o deslizamento dos dedos sobre a pele, tornando a palpação mais eficiente.
3. Deitada: Palpação Profunda
- Deite-se com um travesseiro sob o ombro direito e coloque a mão direita atrás da cabeça.
- Com a mão esquerda, palpe a mama direita, fazendo movimentos circulares desde a parte externa até o mamilo.
- Divida mentalmente a mama em quatro quadrantes e examine cada um deles, além da região central.
- Repita o processo na outra mama, colocando o travesseiro sob o ombro esquerdo.
- A posição deitada espalha o tecido mamário sobre o tórax, facilitando a percepção de nódulos mais profundos.
Técnica de Palpação no Autoexame das Mamas
Para que o autoexame seja eficaz, é importante dominar a técnica correta de palpação, conforme mostrado na imagem:
Movimentos Circulares
Faça movimentos circulares com os dedos, cobrindo toda a superfície da mama.
Os movimentos devem seguir um padrão ordenado, como em espiral (de fora para dentro) ou em linhas verticais (de cima para baixo).
Essa técnica garante que nenhuma área da mama fique sem exame.
Pressão Progressiva
Inicie com uma pressão leve, depois média e finalmente mais profunda em cada área.
As diferentes pressões permitem avaliar diferentes camadas de tecido mamário.
A pressão progressiva é fundamental para identificar alterações em diferentes profundidades.
Uso dos Três Dedos Centrais
Utilize os dedos indicador, médio e anelar juntos, mantendo-os esticados.
A ponta desses três dedos oferece maior sensibilidade tátil para identificar alterações.
Mantenha os dedos unidos durante todo o procedimento para uma palpação mais precisa.
Regiões a Serem Examinadas
O exame completo deve incluir todas estas áreas:
Mama Esquerda
Examine toda a extensão da mama esquerda, desde a clavícula até a parte inferior e da linha média do esterno até a axila.
Não se esqueça das regiões mais periféricas, onde também pode haver tecido mamário.
Mama Direita
Siga o mesmo padrão utilizado na mama esquerda, garantindo uma avaliação completa e simétrica.
Compare mentalmente as sensações entre as duas mamas, pois a simetria é um dado importante.
Axilas
As axilas contêm tecido linfático e prolongamentos mamários importantes.
Pressione suavemente, procurando por linfonodos aumentados ou qualquer alteração.
Esta região é frequentemente negligenciada, mas é vital para um autoexame completo.
O Que Observar?
Procure um médico se notar:
- Nódulo ou caroço endurecido na mama ou axila.
- Alterações na pele da mama, como aspecto de “casca de laranja”.
- Secreção anormal saindo do mamilo, principalmente com sangue.
- Mudanças no tamanho, formato ou posição das mamas.
- Retração (afundamento) do mamilo ou de outras áreas da mama.
- Vermelhidão, calor, inchaço ou dor persistente.
- Coceira constante no mamilo ou em outra parte da mama.
- Feridas na mama que não cicatrizam.
Nem toda alteração significa câncer de mama, mas qualquer mudança deve ser avaliada por um especialista.
Muitas condições benignas, como cistos e fibroadenomas, podem causar alterações nas mamas e precisam de diagnóstico adequado.
O Autoexame Substitui a Mamografia?
❌ Não!
O autoexame é uma ferramenta de autoconhecimento, mas não detecta tumores pequenos que só a mamografia pode identificar. Alguns tumores malignos só são detectáveis quando já atingiram tamanhos consideráveis, por isso a importância de exames de imagem preventivos.
Recomendações médicas:
- Mamografia anual a partir dos 40 anos (Sociedade Brasileira de Mastologia).
- Mamografia a cada dois anos para mulheres entre 50 e 69 anos segundo o Ministério da Saúde.
- Ultrassonografia como exame complementar, especialmente para mulheres com mamas densas.
- Ressonância magnética para casos específicos, como mulheres com alto risco genético para câncer de mama.
Fatores de risco que exigem atenção redobrada:
- História familiar de câncer de mama, especialmente em parentes de primeiro grau.
- Mutações genéticas conhecidas (BRCA1, BRCA2).
- Menarca precoce (primeira menstruação antes dos 12 anos).
- Menopausa tardia (após os 55 anos).
- Primeira gravidez após os 30 anos ou nunca ter engravidado.
- Terapia hormonal prolongada na menopausa.
- Exposição à radiação no tórax.
- Consumo excessivo de álcool e obesidade.
Se você tem algum desses fatores, converse com seu médico sobre a possibilidade de iniciar os exames preventivos mais cedo ou com maior frequência.
Mitos e Verdades Sobre o Autoexame
Mito: “Se não encontrei nada no autoexame, não preciso fazer mamografia.”
Verdade: autoexame não substitui a mamografia, que pode detectar tumores muito pequenos, não palpáveis.
Mito: “Só preciso me preocupar se tiver casos de câncer na família.”
Verdade: Apenas 5-10% dos cânceres de mama são hereditários. A maioria ocorre em mulheres sem histórico familiar.
Mito: “Quem tem seios pequenos tem menos chance de desenvolver câncer de mama.”
Verdade: O tamanho das mamas não influencia o risco de câncer de mama.
Mito:“O autoexame é difícil e complicado.”
Verdade: Com a técnica correta e prática regular, o autoexame se torna simples e rápido, levando apenas alguns minutos.
Conclusão: Conhecer Seu Corpo é o Primeiro Passo para a Prevenção!
O autoexame das mamas é um gesto de autocuidado que ajuda a mulher a estar atenta às mudanças no próprio corpo. No entanto, ele deve ser complementado por exames médicos regulares, como a mamografia e a consulta com um mastologista.
A detecção precoce do câncer de mama aumenta significativamente as chances de cura, que podem chegar a mais de 95% quando o diagnóstico é feito em estágios iniciais. Por isso, combine o autoexame mensal com visitas regulares ao médico e realize os exames de imagem conforme recomendado para sua idade e perfil de risco.
Lembre-se: cuidar da saúde das mamas é cuidar da vida!
Você já fez o autoexame este mês? Compartilhe essa informação com mais mulheres e incentive o autocuidado!