A dengue é um grande problema de saúde pública no Brasil, e a vacinação se tornou uma estratégia essencial para conter a disseminação da doença. No entanto, para pacientes que estão em tratamento para câncer de mama, surgem dúvidas importantes sobre a segurança da vacina. Será que todas as pacientes podem se vacinar? Existem restrições específicas? Neste artigo, vamos esclarecer essas questões e oferecer orientações importantes para proteger sua saúde.
Vacinas Contra a Dengue Disponíveis no Brasil
Atualmente, contamos com duas vacinas aprovadas no Brasil para combater a dengue:
- Dengvaxia (CYD-TDV): Produzida pela Sanofi Pasteur, é uma vacina atenuada recombinante que protege contra os quatro sorotipos do vírus da dengue.
- Indicação: Pessoas de 9 a 16 anos que já tiveram infecção prévia confirmada.
- Disponibilidade: Apenas em clínicas particulares, não está disponível no SUS.
- Qdenga (TAK-003): Desenvolvida pela Takeda, é uma vacina tetravalente atenuada.
- Indicação: Pessoas de 4 a 60 anos, independentemente de infecções anteriores.
- Disponibilidade: Oferecida em clínicas particulares e sendo incorporada gradualmente ao SUS.
A Vacina da Dengue no Sistema Único de Saúde (SUS)
Desde janeiro de 2025, o Ministério da Saúde incluiu a vacina da dengue no Programa Nacional de Imunizações (PNI). A estratégia inicial prioriza crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, que representam uma das faixas etárias com maior número de hospitalizações por dengue, depois dos idosos.
O esquema vacinal consiste em 2 doses, com um intervalo de 3 meses entre elas, proporcionando uma proteção mais completa contra a doença.
Pacientes com Câncer de Mama Podem Se Vacinar?
Essa é uma pergunta fundamental e a resposta não é simples. Pacientes oncológicos, especialmente aqueles em tratamento ativo, precisam ter cuidados especiais antes de receberem qualquer tipo de vacina.
A Qdenga, assim como a Dengvaxia, é classificada como uma vacina atenuada, ou seja, é produzida com vírus vivo, porém enfraquecido. Esse tipo de vacina pode representar riscos para pessoas que estão com o sistema imunológico comprometido, como ocorre frequentemente durante o tratamento do câncer.
Situações em que a vacina NÃO é recomendada:
- Pacientes em tratamento ativo: Quem está realizando quimioterapia, radioterapia adjuvante, imunoterapia ou terapia alvo-específica geralmente apresenta imunidade reduzida, o que pode resultar em complicações após a administração de vacinas com vírus vivo.
- Pacientes com câncer avançado ou metastático: Nesses casos, a imunidade pode estar gravemente comprometida, tornando a vacinação potencialmente não segura.
Pacientes oncológicos que PODEM ser vacinados (sempre com orientação médica):
- Pacientes que já finalizaram o tratamento e tiveram sua imunidade restaurada.
- Pessoas em remissão, sem uso de medicamentos imunossupressores e sem comprometimento imunológico significativo.
- Pacientes em hormonioterapia mamária, desde que o mastologista ou oncologista avalie individualmente a segurança da vacina.
O Que Fazer se Você Tem Câncer e Deseja Tomar a Vacina da Dengue?
A orientação mais importante é: converse com seu mastologista ou oncologista antes de tomar qualquer decisão sobre vacinação! Somente o médico que acompanha seu caso poderá avaliar se seu sistema imunológico está suficientemente fortalecido para receber a vacina com segurança.
Durante essa consulta, o especialista considerará diversos fatores, como:
- O tipo e estágio do câncer
- O tratamento atual que você está realizando
- Seu histórico de resposta imunológica
- Se você já teve dengue anteriormente
- Outras condições de saúde existentes
Medidas Alternativas de Prevenção
Se a vacinação contra a dengue não for recomendada no seu caso, não desanime! Existem diversas medidas preventivas eficazes que você pode adotar:
- Use repelentes regularmente: Dê preferência a produtos à base de DEET, Icaridina ou IR3535, que são seguros e eficazes. Aplique nas áreas expostas da pele conforme a orientação do fabricante.
- Vista roupas adequadas: Priorize peças compridas, que cubram braços e pernas, especialmente nos horários de maior atividade do mosquito (início da manhã e final da tarde).
- Elimine criadouros do mosquito: O Aedes aegypti se reproduz em água parada. Verifique regularmente sua casa e elimine possíveis focos, como vasos de plantas, pneus, garrafas e outros recipientes que possam acumular água.
- Use telas em janelas e portas: Essa medida simples ajuda a impedir a entrada do mosquito em ambientes internos.
A Importância do Suporte Familiar
Se você está em tratamento contra o câncer de mama e não pode receber a vacina da dengue, converse com seus familiares sobre a possibilidade deles se vacinarem. Essa estratégia, conhecida como “proteção em casulo”, ajuda a reduzir o risco de transmissão da doença dentro do ambiente familiar, protegendo indiretamente quem não pode ser imunizado.
Conclusão: Informação é Proteção!
A vacina contra a dengue representa um avanço importante no combate a essa doença que afeta milhões de brasileiros anualmente. No entanto, para pacientes com câncer de mama, a decisão sobre a vacinação precisa ser individualizada e tomada com a orientação de um médico especialista.
Lembre-se: seu bem-estar é prioridade! Não deixe de conversar com seu médico sobre todas as suas dúvidas relacionadas à vacinação e outros cuidados preventivos.
Enquanto isso, mantenha as medidas de prevenção em dia e compartilhe este artigo com amigos e familiares. A informação correta é nossa principal aliada na proteção contra doenças e na promoção da saúde!
* Texto atualizado em 08/03/2025.