Você já ouviu falar sobre biópsia de mama e ficou apreensiva? Esse procedimento, apesar de causar ansiedade em muitas mulheres, é um aliado fundamental no diagnóstico preciso de alterações mamárias. Conhecer os diferentes tipos, como são realizados e o que esperar pode ajudar a diminuir medos e preocupações. Neste artigo, vou explicar tudo o que você precisa saber sobre biópsia mamária de forma clara e direta, para que você esteja informada e preparada caso precise realizar esse exame.
O que é uma biópsia de mama e por que ela é importante?
A biópsia de mama é um procedimento médico que consiste na retirada de uma pequena amostra celular ou de tecido da mama para análise laboratorial. É essencial para determinar se uma alteração ou nódulo mamário é benigno ou maligno, oferecendo informações precisas que outros exames de imagem (como mamografia ou ultrassonografia) não conseguem fornecer com certeza absoluta.
Os diferentes tipos de biópsia são procedimentos essenciais no diagnóstico de alterações mamárias por diversos motivos:
• Complementam os exames de imagem: Enquanto mamografia e ultrassom identificam alterações, apenas a análise das células ou tecidos pode confirmar sua natureza.
• Oferecem diagnóstico definitivo: A PAAF (Punção Aspirativa por Agulha Fina) permite a coleta e análise de células isoladas, sendo excelente para avaliar cistos e linfonodos, enquanto as biópsias por agulha grossa, mamotomia e cirúrgicas fornecem amostras de tecido que confirmam ou descartam a presença de câncer.
• Fornecem informações complementares: As biópsias que retiram tecido (não apenas células) permitem análises mais detalhadas, como identificação do tipo específico de tumor e avaliação de marcadores biológicos (receptores hormonais, HER2), fundamentais para determinar o tratamento mais adequado.
• Evitam procedimentos desnecessários: Um resultado benigno na PAAF pode evitar o esvaziamento de linfonodos, enquanto resultados benignos em outras biópsias podem evitar cirurgias mais invasivas.
• Orientam o planejamento terapêutico: O material coletado permite estudos moleculares e genéticos que personalizam o tratamento conforme as características específicas de cada caso.
Cada tipo de biópsia tem sua indicação específica, e a escolha entre PAAF (coleta de células) ou modalidades que retiram tecido dependerá da situação clínica, localização e características da lesão.
É importante ressaltar que a maioria das biópsias apresenta resultados benignos. Portanto, mesmo diante da necessidade desse exame, não é motivo para desespero, mas sim uma etapa importante para garantir sua saúde.
Principais tipos de biópsia de mama
Existem diferentes técnicas para realizar uma biópsia mamária, e a escolha do tipo mais adequado depende de vários fatores, como características da lesão, localização, tamanho e condições clínicas da paciente.
Vamos conhecer os principais tipos:
1- PAAF (Punção Aspirativa por Agulha Fina)
• O que é: Procedimento minimamente invasivo que utiliza uma agulha muito fina para coletar células da área suspeita.
• Como é realizado: A agulha é inserida na lesão, geralmente guiada por ultrassom, e uma pequena quantidade de células é aspirada.
• Quando é indicada: Principalmente para avaliar cistos mamários (diferenciar cistos simples de complexos) e para avaliação de linfonodos axilares.
• Vantagens: Procedimento rápido, pouco invasivo, praticamente indolor e sem necessidade de pontos.
• Limitações: Fornece apenas células isoladas (não tecido), o que pode limitar algumas análises mais complexas.
2 – Core Biópsia (Biópsia por Agulha Grossa)
• O que é: Procedimento que utiliza uma agulha mais calibrosa para retirar pequenos fragmentos de tecido.
• Como é realizada: Com anestesia local, a agulha é inserida várias vezes na lesão para coletar diferentes amostras, geralmente guiada por ultrassom ou mamografia (estereotaxia).
• Quando é indicada: Para avaliação de nódulos sólidos, assimetrias e outras alterações suspeitas.
• Vantagens: Fornece material tecidual suficiente para análise histológica completa, permitindo avaliação de receptores hormonais e outros marcadores biológicos em caso de malignidade.
Clique AQUI e saiba mais sobre a core biópsia: como é feita, como é a recuperação, dúvidas frequentes e muito mais.
3 – Biópsia Cirúrgica
• O que é: Procedimento cirúrgico que remove toda a lesão (biópsia excisional) ou parte dela (biópsia incisional).
• Como é realizada: Em centro cirúrgico, com anestesia local ou sedação.
• Quando é indicada: Quando as biópsias menos invasivas não são conclusivas ou quando é necessário remover toda a lesão para análise.
- Tipos principais:
- Biópsia excisional: Remove toda a lesão, junto com margem de tecido normal.
- Biópsia incisional: Remove apenas uma parte da lesão para análise.
4 – Mamotomia (Biópsia Assistida a Vácuo)
• O que é:Técnica avançada que utiliza um sistema de vácuo acoplado a uma agulha especial.
• Como é realizada: Com anestesia local, a agulha é inserida uma única vez e, através do sistema de vácuo, múltiplas amostras podem ser coletadas sem necessidade de várias inserções.
• Quando é indicada: Ideal para lesões pequenas, microcalcificações ou lesões de difícil acesso. Também utilizada em casos de discordância entre achados de imagem e resultados de biópsia prévia.
• Vantagens: Coleta maior quantidade de material em uma única inserção de agulha, aumentando a precisão diagnóstica e reduzindo a necessidade de repetição do exame.
• Sobre o clipe marcador: Durante este procedimento, frequentemente é colocado um pequeno clipe metálico biocompatível no local da biópsia. Este clipe:
- Serve como marcador para identificar o local exato da lesão em exames futuros
- É fundamental para guiar o cirurgião caso seja necessária uma intervenção posterior
- Não causa reações alérgicas, dor ou desconforto após sua colocação
- É seguro para realizar mamografias, ultrassonografias e até ressonância magnética (são feitos de titânio ou aço inoxidável)
- Permanece na mama de forma permanente, mas é totalmente inofensivo e não interfere nas atividades diárias da mulher
Interpretação dos resultados
Após a análise pelo patologista, os resultados podem ser:
• Benigno: Indica que não há células cancerígenas. Exemplos incluem fibroadenomas, cistos, alterações fibrocísticas e processos inflamatórios.
• Maligno: Confirma a presença de células cancerígenas, com informações sobre o tipo, grau e características biológicas do tumor.
• Indeterminado ou inconclusivo: Quando não é possível confirmar a natureza da lesão, podendo ser necessária uma nova biópsia.
• Lesão de alto risco: Lesões que, embora não sejam cancerígenas, têm potencial de evoluir para malignidade e podem requerer acompanhamento mais rigoroso ou excisão cirúrgica.
Mitos e verdades sobre a biópsia de mama
• Mito: Biópsia significa que tenho câncer. Verdade: A maioria das biópsias resulta em diagnósticos benignos.
• Mito: O procedimento é extremamente doloroso. Verdade: Com anestesia local adequada, a maioria das pacientes sente apenas leve desconforto.
• Mito: A biópsia pode fazer o câncer se espalhar. Verdade: Não há evidências científicas de que a biópsia cause disseminação de células cancerígenas.
• Mito: Após a biópsia não posso mais amamentar. Verdade: A biópsia geralmente não interfere na capacidade de amamentação futura.
Conclusão: A importância do diagnóstico preciso
A biópsia de mama é um procedimento seguro e fundamental para o diagnóstico preciso de alterações mamárias. Embora possa gerar ansiedade, lembre-se que este exame pode trazer tranquilidade ao confirmar a benignidade de uma lesão ou permitir o início precoce do tratamento em casos de malignidade.
O mais importante é manter o acompanhamento regular com seu mastologista e seguir todas as recomendações médicas. Quanto mais cedo uma alteração for investigada, maiores são as chances de cura em caso de câncer e menor a complexidade do tratamento.
Não deixe que o medo te impeça de cuidar da sua saúde. Esteja sempre atenta aos sinais do seu corpo e lembre-se: informação e prevenção são nossas maiores aliadas na luta contra o câncer de mama.