A saúde da mama é fundamental para o bem-estar feminino, mas muitas mulheres ainda têm dúvidas sobre quando devem consultar um mastologista. Conhecer os sinais de alerta e entender a importância da prevenção pode fazer toda a diferença no diagnóstico precoce e no tratamento eficaz de diversas condições mamárias, incluindo o câncer de mama.

Neste artigo, vamos esclarecer quando você deve procurar este especialista, quais sinais nunca devem ser ignorados e como a prevenção pode salvar vidas.

O que faz o mastologista?

O mastologista é o médico especializado no diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças da mama. Sua atuação vai muito além do tratamento do câncer – este profissional cuida da saúde mamária em todas as fases da vida da mulher, desde a adolescência até a terceira idade.

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Médica mastologista segurando modelo anatômico da mama durante explicação sobre alterações mamárias.

Entre as principais atribuições deste especialista estão:

  • Realização de exames clínicos das mamas
  • Interpretação de exames de imagem (mamografia, ultrassonografia, ressonância)
  • Orientações sobre prevenção e autocuidado
  • Diagnóstico e tratamento de condições benignas (cistos, fibroadenomas)
  • Diagnóstico e tratamento do câncer de mama
  • Realização de procedimentos cirúrgicos quando necessário
Funções do mastologista: exames clínicos, diagnóstico e tratamento de doenças da mama.
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Quando procurar o mastologista?

1. Exames preventivos de rotina

Mesmo sem sintomas, toda mulher deve incluir a visita ao mastologista em sua rotina de cuidados. A recomendação geral é:

  • Mulheres a partir dos 25 anos: primeira consulta para identificar fatores de risco, solicitar exames preventivos, realizar exame físico e orientar sobre medidas preventivas.
  • Mulheres a partir dos 40 anos: consulta anual com realização de mamografia e exame físico.
  • Mulheres com histórico familiar: acompanhamento personalizado, geralmente iniciando exames 10 anos antes da idade em que o familiar foi diagnosticado.

Lembre-se: A detecção precoce do câncer de mama pode aumentar as chances de cura para mais de 95%!

2. Planejamento de cirurgias mamárias

Se você está considerando procedimentos como mamoplastia redutora, colocação de próteses de silicone, reconstrução mamária após mastectomia ou qualquer outra cirurgia nas mamas, o mastologista é o profissional indicado para:

  • Avaliar a saúde das mamas antes do procedimento
  • Realizar exames pré-operatórios necessários
  • Realizar o procedimento cirúrgico
  • Discutir riscos e benefícios da cirurgia
  • Acompanhar o pós-operatório
Médico cirurgião planejando técnica cirúrgica para procedimento de cirurgia mamária.

3. Alterações na pele da mama

Mudanças no aspecto da pele das mamas podem indicar condições que precisam de avaliação imediata:

  • Vermelhidão, inchaço ou pele com aspecto de “casca de laranja
  • Descamação ou coceira persistente no mamilo ou aréola
  • Retração ou afundamento da pele
  • Feridas que não cicatrizam

Estas alterações podem estar relacionadas a processos inflamatórios, infecciosos ou, em alguns casos, ao câncer de mama inflamatório, uma forma mais agressiva da doença que requer tratamento imediato.

4. Secreção no mamilo

Qualquer saída de líquido espontânea do mamilo (sem estímulo ou pressão) deve ser avaliada por um mastologista, especialmente se:

  • For sanguinolenta
  • Sair de apenas um ducto da mama (“furinho” do mamilo)
  • Ocorrer em apenas uma mama
  • Surgir após a menopausa

Embora a maioria das secreções esteja relacionada a condições benignas, como papilomas intraductais, somente uma avaliação médica pode descartar problemas mais sérios.

5. Dor mamária persistente

A dor nas mamas (mastalgia) é muito comum e geralmente está associada ao ciclo menstrual ou a alterações hormonais. No entanto, quando a dor é intensa, localizada em um ponto específico ou persistente mesmo após o período menstrual, uma avaliação especializada é recomendada.

É importante diferenciar:

  • Dor cíclica: relacionada ao ciclo menstrual, geralmente afeta ambas as mamas
  • Dor não-cíclica: localizada, pode indicar cistos, fibroadenomas ou outras condições
  • Dor extramamária: originada nos músculos ou costelas, mas sentida na mama

6. Mudanças no formato ou tamanho da mama

Alterações significativas no formato, tamanho ou contorno das mamas que não estejam relacionadas a ganho ou perda de peso, gravidez ou ciclo menstrual devem ser avaliadas. Fique atenta a:

  • Assimetria acentuada que surgiu recentemente
  • Retração ou inversão do mamilo
  • Alterações no contorno da mama
  • Inchaço persistente em uma área específica

7. Histórico familiar de câncer de mama

O risco de desenvolver câncer de mama aumenta significativamente para mulheres com histórico familiar da doença, especialmente em parentes de primeiro grau (mãe, irmã, filha). Nestes casos:

  • O acompanhamento deve iniciar mais cedo, geralmente 10 anos antes da idade do diagnóstico do familiar
  • Exames como mamografia, ultrassonografia e, em alguns casos, ressonância magnética podem ser recomendados
  • Testes genéticos para mutações em certos genes específicos (como o BRCA1 e BRCA 2) podem ser indicados
  • Medidas preventivas personalizadas são desenvolvidas pelo mastologista

Atenção: Apenas 5-10% dos casos de câncer de mama são hereditários, mas este fator de risco nunca deve ser ignorado!

8. Mastite ou abscesso mamário

Mulheres podem desenvolver mastite, uma infecção mamária que causa sintomas como:

  • Dor intensa, vermelhidão e calor local
  • Febre e mal-estar
  • Área da mama endurecida e dolorida

Em casos mais graves, formação de abscesso (acúmulo de pus)

9. Presença de nódulo ou caroço na mama

O surgimento de um nódulo palpável na mama ou na região axilar é um dos principais motivos para procurar um mastologista com urgência. Embora a maioria dos nódulos seja benigna, apenas um especialista pode fazer esta diferenciação.

Fique atenta principalmente se o nódulo:

  • For duro e com bordas irregulares
  • Não desaparecer após o período menstrual
  • Apresentar crescimento rápido

É importante destacar que nem todo nódulo causa dor, por isso a importância do autoexame regular e das consultas preventivas.

Sinais de alerta para consultar mastologista: nódulos, mudanças na mama e prevenção.

Frequência das consultas ao mastologista

A regularidade das visitas ao mastologista varia conforme a idade, histórico familiar, achados nos exames e fatores de risco individuais.

As consultas podem ser semestrais ( a cada 6 meses), anuais ( a cada 1 ano) ou conforme orientação do mastologista.

Dica valiosa: Não espere sentir algo para procurar um mastologista. A prevenção é sempre o melhor caminho!

Fatores de risco para o câncer de mama

Conhecer os fatores de risco para o câncer de mama pode ajudar a determinar a frequência ideal das consultas. Os principais fatores incluem:

  • Idade avançada (risco aumenta com a idade)
  • Histórico familiar de câncer de mama ou ovário
  • Menarca precoce (primeira menstruação antes dos 12 anos)
  • Menopausa tardia (após os 55 anos)
  • Primeira gravidez após os 30 anos ou nunca ter engravidado
  • Terapia hormonal prolongada na menopausa
  • Obesidade, principalmente após a menopausa
  • Consumo excessivo de álcool
  • Mutações genéticas (BRCA1, BRCA2, entre outras)

É importante ressaltar que ter um ou mais fatores de risco não significa que você vai desenvolver a doença, assim como não ter fatores de risco não garante imunidade.

Por isso, o acompanhamento regular é fundamental para todas as mulheres.

Fatores de risco para câncer de mama: idade, genética e estilo de vida.

Como se preparar para a consulta com o mastologista

Para aproveitar ao máximo sua consulta:

  1. Anote as datas de suas últimas menstruações
  2. Liste todos os medicamentos que está usando
  3. Reúna seus exames anteriores (mamografias, ultrassonografias, resultados de biópsias)
  4. Prepare uma lista com seu histórico familiar de câncer
  5. Anote suas dúvidas e sintomas, incluindo quando começaram
  6. Se possível, evite marcar a consulta durante o período menstrual, quando as mamas podem estar mais sensíveis
Como se preparar para consulta com mastologista: sintomas, histórico familiar e exames.

Conclusão

O mastologista é um aliado essencial na saúde da mulher, não apenas para o tratamento de doenças, mas principalmente para a prevenção. Consultas regulares, aliadas ao autoexame e aos exames de imagem, são fundamentais para a detecção precoce de problemas e para manter a saúde das mamas.

Lembre-se: o diagnóstico precoce do câncer de mama está diretamente relacionado a tratamentos menos agressivos e maiores chances de cura.

Não adie sua consulta por medo ou falta de tempo – cuide-se e valorize sua saúde!

Grupo de mulheres apoiando a prevenção do câncer de mama.

 

Se você identificou algum dos sinais mencionados neste artigo ou está há mais de um ano sem realizar seus exames preventivos, agende sua consulta com um mastologista. A prevenção é sempre o melhor remédio!

Escrito por:

Dra. Raquel Aranha

Médica Mastologista Cirurgiã em São Luís/MA.

CRM-MA: 5005 | RQE: 2464

(98) 9.8419-0885

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