O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres, tanto no Brasil quanto no mundo. Embora esse dado possa causar preocupação, ele também pode ser o ponto de partida para ações importantes de prevenção e autocuidado. Conhecer os fatores de risco é fundamental para aumentar suas chances de detecção precoce e tratamento bem-sucedido.

Neste artigo, explicarei o que são os fatores de risco para o câncer de mama, quais podemos controlar e, principalmente, como você pode reduzir suas chances de desenvolver a doença. Informação é poder, e com esse conhecimento, você poderá cuidar melhor da sua saúde.

O Que São Fatores de Risco?

Fatores de risco são características, condições ou comportamentos que aumentam a probabilidade de uma pessoa desenvolver determinada doença. No caso do câncer de mama, eles podem ser divididos em dois grandes grupos:

• Fatores não modificáveis: aqueles que não podemos mudar, como idade ou histórico familiar.
• Fatores modificáveis: aqueles ligados ao estilo de vida e que podemos ajustar para diminuir o risco.

A boa notícia é que muitos dos fatores que mais impactam o risco de câncer de mama estão ao nosso alcance. Conhecê-los é uma forma de empoderamento e cuidado com o próprio corpo.

Fatores de Risco Não Modificáveis

Alguns fatores estão fora do nosso controle, mas é importante conhecê-los para que mulheres com maior risco façam um acompanhamento médico mais cuidadoso.

1- Sexo

O sexo biológico é um fator de risco significativo. As mulheres têm uma incidência muito maior de câncer de mama em comparação aos homens. Para cada caso de câncer de mama em homens, existem aproximadamente 100 casos em mulheres. Isso ocorre principalmente devido às diferenças hormonais e ao maior desenvolvimento do tecido mamário nas mulheres.

Importante: Embora raro, o câncer de mama masculino existe e merece atenção, especialmente em homens com histórico familiar da doença.

2- Idade

O risco de câncer de mama aumenta com o passar dos anos, especialmente a partir dos 50 anos. Isso ocorre devido ao acúmulo de danos celulares ao longo do tempo e às mudanças hormonais que acontecem com o envelhecimento.

3 – Histórico Familiar e Genética

• Mulheres com parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) que tiveram câncer de mama têm um risco aumentado.

• Mutações genéticas como nos genes BRCA1 e BRCA2 elevam significativamente esse risco e podem estar associadas a outros tipos de câncer, como o de ovário.

Importante: Se você tem histórico familiar de câncer de mama, converse com seu médico sobre a possibilidade de iniciar os exames de rastreamento mais cedo ou realizar testes genéticos.

4 – Menarca Precoce e Menopausa Tardia

Ter a primeira menstruação antes dos 12 anos ou entrar na menopausa após os 55 anos significa uma exposição mais longa aos hormônios femininos, o que pode aumentar o risco de desenvolver a doença.

5 – Exposição à Radiação

Mulheres que fizeram radioterapia na região do tórax durante a infância ou juventude (como no tratamento de linfomas) apresentam maior risco de desenvolver câncer de mama na vida adulta.

Fatores de Risco Modificáveis

Aqui está onde podemos agir com mais força! Pequenas mudanças no estilo de vida podem trazer grandes benefícios para a saúde das mamas — e para a saúde como um todo.

1 – Sedentarismo e Obesidade

• O excesso de gordura corporal, especialmente após a menopausa, favorece a produção de estrogênio pelas células adiposas, o que pode estimular o crescimento de tumores.

• A obesidade está ligada à inflamação crônica e resistência à insulina, dois fatores que também contribuem para o risco aumentado.
• A prática regular de atividade física reduz significativamente esse risco, além de trazer benefícios para a saúde cardiovascular e mental.

2 – Consumo de Álcool

O álcool aumenta os níveis de estrogênio no organismo e interfere em processos celulares ligados ao desenvolvimento do câncer.

Mulheres que consomem três ou mais doses por semana já apresentam um risco aumentado. O ideal é moderar ou evitar o consumo completamente.

3 – Uso Prolongado de Anticoncepcionais e Terapia de Reposição Hormonal (TRH)

• O uso de anticoncepcionais orais por períodos superiores a 5 anos pode aumentar discretamente o risco de câncer de mama.

• A TRH, especialmente quando combina estrogênio e progesterona, aumenta o risco quando usada por períodos prolongados.

Dica importante: Discuta sempre com seu médico sobre os riscos e benefícios desses tratamentos para seu caso específico.

4 – Tabagismo

O cigarro está ligado a diversos tipos de câncer e, no caso do câncer de mama, o risco é maior em mulheres que:

• Começaram a fumar jovens
• Fumam por longos períodos
• São expostas ao fumo passivo

5 – Gravidez Tardia ou Ausência de Gravidez

Mulheres que nunca engravidaram ou tiveram o primeiro filho após os 30 anos podem ter um risco ligeiramente maior. A gravidez reduz a exposição ao estrogênio ao longo da vida e promove mudanças nas células mamárias que as tornam mais resistentes a alterações cancerígenas.

Como Reduzir o Risco de Câncer de Mama?

A prevenção é nossa aliada poderosa! Aqui estão as principais medidas que você pode adotar:

1. Mantenha um peso saudável, especialmente após a menopausa

2. Pratique atividades físicas regularmente – o ideal é pelo menos 150 minutos por semana

3. Modere ou evite o consumo de álcool

4. Não fume e evite ambientes com fumaça de cigarro

5. Adote uma alimentação equilibrada, rica em frutas, legumes, verduras, grãos integrais e proteínas magras

6. Converse com seu médico sobre o uso de anticoncepcionais ou terapia hormonal

7. Amamente, se possível – a amamentação tem efeito protetor contra o câncer de mama

8. Realize exames de rotina regularmente, conforme orientação médica

Importância do Rastreamento

O diagnóstico precoce é uma das ferramentas mais poderosas que temos. Siga as recomendações de rastreamento:

• Mamografia: geralmente recomendada anualmente para mulheres a partir dos 40 anos, dependendo dos fatores de risco individuais

• Exame clínico das mamas: parte importante da consulta ginecológica ou com mastologista, anualmente
• Autoexame das mamas: conheça seu corpo e observe mudanças, mas lembre-se que o autoexame não substitui os exames clínicos e de imagem

O Conhecimento é Seu Melhor Aliado!

Nem sempre é possível evitar o câncer de mama, mas estar bem-informada, adotar hábitos saudáveis e manter um acompanhamento médico regular pode fazer toda a diferença para sua saúde.

Cada passo em direção à prevenção é um passo em direção ao autocuidado. Se você notou alguma alteração nas mamas, como nódulos, secreções pelo mamilo, alterações na pele ou mudanças de formato, procure seu médico para uma avaliação.

Compartilhe essas informações com outras mulheres — juntas, podemos mudar realidades e salvar vidas. O cuidado preventivo é um ato de amor próprio, e nunca é tarde para começar.

Lembre-se: cuide-se hoje para estar saudável amanhã. Sua saúde é seu bem mais precioso!